12 de janeiro de 2008

nas alturas

Lá de cima,
Das alturas geladas onde vivo,
Olhei para baixo.

As girafas que passaram,
Se perguntando do tempo,
As encarei nos olhos.
Seus cílios enormes
Varreram minhas lágrimas
Pour toujour.

Os postes nos quais esbarrei
Perderam as lâmpadas
Nas minhas idéias.
Suas luzes aqui
Brincam em clarões graves
E relâmpagos vagos.

Os passarinhos acreditaram
Meus cabelos folhas vermelhas
E meus dedos ramos alvos.
Fizeram ninhos nos meus ouvidos
E até agora escuto
Sua melodia pelo ar.

Olhei para baixo,
Das alturas geladas onde vivo,
Lá de cima.

E percebi que ainda posso alcançar o chão.

Um comentário:

popfabi disse...

daí do alto tem que ter raiz funda e forte que suga da terra tudo que é bom. da terra firme vem a água friinha de lençóis macios, tenros e sujos de escuridão. quem cresce pro alto é porque tá firme no chão! e isso é bom, muito bom!